CATACLISMOS
Infestam-me as narinas com miasmas
carcaças, de ilusões restos daninhos.
Estão atormentados meus caminhos
pelas visões medonhas de fantasmas.
Levantam-se demônios dos abismos
lançando sobre mim sem dó as sanhas:
recordações atrozes, artimanhas
ao coração funestos cataclismos.
Das cinzas onde os frágeis pés arrasto
o pó que sobe me corrói nefasto
queimando, lacerando-me a garganta.
Aberto do passado o precipício
piora de uma vez o meu suplício
porque sopra saudade e se agiganta.