Doce Quimera

Não posso duvidar do que desconheço

A mim não cabe o poder irrevogável

De legislar sobre a tábua contestável

Das verdades que são como pérolas de um terço

Esta autoridade não quero, nem mereço

Pois a mim satisfaz o favor louvável

De ser somente uma sombra maleável

Nas vielas de um mundo que não reconheço.

De que me serviriam a certeza, a verdade...

E toda esta doce e sonhada realidade

Que permeia as ondas sonoras desta era?

À vida só me aquece a peculiar beleza

De um percurso íngreme, na incerteza

De que concluir-me é tão somente uma quimera.

oitalo
Enviado por oitalo em 05/10/2017
Reeditado em 05/10/2017
Código do texto: T6134173
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