Doce Quimera
Não posso duvidar do que desconheço
A mim não cabe o poder irrevogável
De legislar sobre a tábua contestável
Das verdades que são como pérolas de um terço
Esta autoridade não quero, nem mereço
Pois a mim satisfaz o favor louvável
De ser somente uma sombra maleável
Nas vielas de um mundo que não reconheço.
De que me serviriam a certeza, a verdade...
E toda esta doce e sonhada realidade
Que permeia as ondas sonoras desta era?
À vida só me aquece a peculiar beleza
De um percurso íngreme, na incerteza
De que concluir-me é tão somente uma quimera.