Aqueles meus sonhos de adolescente 
Que só tiveram a esperança do talvez,
Vivem agora dentro da minha mente,
Qual fantasmas em um castelo inglês.
 
São abortos dos filhos que eu não tive,
Mas gerados por um desejo viril e farto,
Sobrevivem como placentas que retive,
Para um dia, deles poder fazer o parto.
 
Mas como nunca lhes dei vida de fato,
Esses sonhos que deixei no abandono,
Fizeram do meu coração seu orfanato.
 
E para castigar-me dos meus pecados,
Eles ficam atormentando o meu sono,
Como espíritos de órfãos assassinados.