Zéfiro

Vem, descendo garboso do pálio celeste,

Zéfiro; carregado de Belo perfume

Das lapídeas beldades de Olímpico cume

Arrastando as astrais ventanias do oeste.

Faz levantar da ninfa imprudente a alva veste

Enquanto a gargalhar - Zéfiro - pelo lume

Solar faz dançar todo da mata o verdume,

O salgueiro-chorão e o pomposo cipreste.

Chega então na orla e segue para o mar silente,

Guiando junto a lua o fluxo da corrente

Na vastidão de espuma viva e esbranquiçada.

E, enfim para findar então sua viagem,

Numa forte lufada carrega até a margem

Vênus, a Citereia, em concha perolada.