Havia pedras no caminho
Soneto inglês
Havia pedras no meio do meu caminho
As quais Carlos Drummond já as tinha louvado
Mas ele, não sendo nem um pouco mesquinho
Deixou-as pra que outro as pusesse de lado.
Porém, como dele me falta a habilidade
Nem sequer notei que elas estavam ali
Então, tal vítima das leituras de Sade
Tropecei, cambaleei e, no final, caí.
Pedra, como palavras, serve para tudo
Pois poetas, lindos poemas fazem dela
Eis que, apedeuta tal como sou, contudo
Encontrando-a, ao invés, quebram a canela.
Portanto, como sei que sou menos sortudo
Atravesso a rua, sem pensar, por cautela!
Soneto inglês
Havia pedras no meio do meu caminho
As quais Carlos Drummond já as tinha louvado
Mas ele, não sendo nem um pouco mesquinho
Deixou-as pra que outro as pusesse de lado.
Porém, como dele me falta a habilidade
Nem sequer notei que elas estavam ali
Então, tal vítima das leituras de Sade
Tropecei, cambaleei e, no final, caí.
Pedra, como palavras, serve para tudo
Pois poetas, lindos poemas fazem dela
Eis que, apedeuta tal como sou, contudo
Encontrando-a, ao invés, quebram a canela.
Portanto, como sei que sou menos sortudo
Atravesso a rua, sem pensar, por cautela!
Excelente interação de fcunha:
=TRILHANDO PEDRAS
Se existem pedras por sobre as calçadas,
Alevantadas, de ponta-cabeça,
Ao tropeçar impedem que esqueça,
Que elas são, quase sempre afiadas,
Mesmo partindo para as estradas,
O meu cuidado, a pedra abasteça,
Embora um tropeço bem mereça,
Minhas pernas de vate, já cansadas.
As pedras foram feitas pro tropeço,
São soltas pelo chão desde o começo,
Desafiando assim minha jornada.
Pois cada pedra é um desafio,
Ao tentar desviar, é por um fio,
Que não sinto cair, na caminhada.
A pedra qual desafio e empecilho
Não me fará sair do próprio trilho.