ROSA MARIA
Mauro Magalhães
Pálida, tensa, fria. A voz tremente. Ansiosa.
Ali estavas tu, a explodir de medo,
Como a pudica, frágil, casta e meiga rosa,
Ao expulsar o orvalho de manhã bem cedo,
Temendo que o sol, com seu olhar de fogo,
Descubra que fui eu, por toda a madrugada,
Quem lhe beijou o corpo e atendeu aos rogos;
Entreabriu-lhe as pétalas e a deixou molhada.
Não quero ser teu sol, mas sim o bom sereno.
E ser, toda manhã, expulso de teu ninho,
Deixando o corpo teu a destilar prazer.
Eu quero que tu saibas que esse meu veneno,
Produz o mesmo efeito que esses teus espinhos:
Vontade de gritar, gemer e de morder.
Ali estavas tu, a explodir de medo,
Como a pudica, frágil, casta e meiga rosa,
Ao expulsar o orvalho de manhã bem cedo,
Temendo que o sol, com seu olhar de fogo,
Descubra que fui eu, por toda a madrugada,
Quem lhe beijou o corpo e atendeu aos rogos;
Entreabriu-lhe as pétalas e a deixou molhada.
Não quero ser teu sol, mas sim o bom sereno.
E ser, toda manhã, expulso de teu ninho,
Deixando o corpo teu a destilar prazer.
Eu quero que tu saibas que esse meu veneno,
Produz o mesmo efeito que esses teus espinhos:
Vontade de gritar, gemer e de morder.
Brasília, Out/1992.
P/ Rosa Maria