Verso gelado
Nem ligo se meus versos de ilusão
Quando eu morrer vão ser arremessados
Na prateleira suja de um porão
Ou num casebre velho e abandonado
Que me importa lá que pelo chão
Exista até cupins enfileirados
Que roam se quiser o meu caixão
Os ossos, os meus nervos, meu passado
Passei no mundo feito uma canção
Um verso de amor sem emoção
Que nunca ninguém quis ver publicado
Se amei, amei por pura solidão
No fim me arrependi, pois, tal paixão
Deixou meu coração petrificado!