O efeito da espera
Meus olhos sorriem apesar da miopia
Navegam, depois afundam num mar de nostalgia
Viram, reviram como se batessem continência
Suspiram e se fecham demonstrando impaciência.
Mãos que tremem e suam ao mesmo tempo
Escrevem, rabiscam dando vida a sentimentos
Alongam e se fecham como se preparassem para voar
Resguardam a boca que boceja já cansada de esperar.
Boca esta que contrai, faz careta e depois reclama
Se cala, dispara como se corresse uma maratona
Para, sorri, desperta o romance reprimindo o drama.
Meu corpo te aperta, conserta, sufoca e lhe beija
Passos aliviados remam para aonde você esteja
A espera termina na mutualidade de quem ama.