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CÉTICO [761]
 


Já cético nasci, nasci um cético.
No após, virei um ácido mordaz,
e, com pendor às asas do patético,
fui sê-lo no que pude ser capaz.
 

As obras d’arte tornam-me rapaz:
o temporão que sou, assim hermético,
gesta-me n’alma a crônica voraz
que me povoa as messes do poético.
 

Esdrúxulo, no meu fazer exótico,
ainda o formalista contumaz,
terei mais sido um crítico robótico
 

que tenta só sonhar e haver-se em paz;
entanto, o mínimo supremo gótico
calha-me na argamassa que me faz.

 

Fort., 28/09/2017.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 28/09/2017
Reeditado em 28/09/2017
Código do texto: T6127269
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