SONO DA MORTE
Talvez num sono acabe a nossa lida,
E, com ela, também as nossas dores,
E, num caixão carregado de flores,
Os sonhos nos levem além da vida...
Assim, que a morte não seja temida,
Nem precisem chorar nossos amores,
Nem se alegrar aqueles traidores,
Que tanto desejaram a nossa ida...
O sono não assusta e pouco importa
Se quem sonha é natureza morta,
Ou se a terra com este corpo acabe...
Enquanto isso, nem céu nem inferno;
Apenas esse nosso sono eterno...
Morrer, dormir e até sonhar... Quem sabe?