O LIMBO DOS INOCENTES
Nas jugulares crava finas pontas
Refestelando-se um chacal nojento
Pereço, inglório, mísero alimento
Desvanecendo vistas turvas, tontas
Multiplicadas vêm ferais afrontas
Sucumbo, fraco, ao grave açoitamento
Vai terminando o ritual sangrento
Estão mortalhas malcheirosas prontas
Às gargalhadas festam testemunhas
Vendo-me a carne pelas presas, unhas
Dilacerada com brutal vontade
Serve-se alegre meu algoz injusto
É sabedor que aceitarei o custo
De conservar a pueril bondade