PARALELO 38
“A grande ruptura”
Estar fora, lá dentro, um combate e um só povo
Que nada mais conhece do que sentir a guerra;
A mesma tirania de raiva em funesta terra
E aquele mesmo Poder que nada traz de novo.
Estar dentro, lá fora, um conflito na berra
Numa síndroma maléfica de vil estorvo;
A mesma gestação repleta como um ovo
Donde sairá o escorpião que lá encerra.
Duas Coreias, numa só trágica ruptura,
Dois rostos mascarados, brutal encenação;
A mesma hipocrisia cortada à – Salomão
Para fazer justiça em cima d´ amargura.
Duas Coreias – à sombra de um Império afoito –
Que anseiam inutilmente um mero desafogo,
Num estranho esgrimir de ódio, em Paralelo 38,
Até qu´ o juízo-final pare este macabro JOGO…
Onde está, ó Ariadne, o “fio” da Humanidade
Que, além de hipócrita, não passa de cobarde?
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA