Serenidade

Hoje já não carrego tanta tralha;

Também já não transporto tanto lixo;

Nada me pesa, nada me atrapalha;

Do tempo, não sou mais tão submisso.

O Mal já não me atinge ou me amortalha;

Rancor, inveja, ódio, nada disso...

Jamais carrego algo que não valha

A pena, se não tem paz ou capricho.

Dentro do coração não há mais guerra;

Não faço mais alarde ou escarcéu;

Só o silêncio sobre mim descerra.

Rasgo da vida o inconstante véu;

O corpo leve pra deixar a terra,

A alma livre pra alcançar o céu.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 25/09/2017
Código do texto: T6124184
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