O RETRATO DO DESCASO
(Um soneto de denúncia contra o descaso, a indiferença e a miséria humana.)
Onde o descaso se apresenta
Há o flagelo das injustiças e das indigências;
Ele faz eclodir o desamparo e a morte violenta
Da esperança dos entes de tristes vivências.
Onde o espectro do descaso cresce, brindam os inimigos
De tantas vidas perdidas e desamparadas;
Vidas que vivem sem proteção, pátrias ou abrigos
Para aninhar e repousar as suas almas cansadas.
Com tanta indiferença, covardia e maldade,
Raros são aqueles que lutam bravamente
Pelos oprimidos desorientados na inospitalidade.
Com tanta hipocrisia professada abertamente,
Poucos são aqueles que amam com honestidade
Os órfãos que, sob descaso, pranteiam amargamente.