RESISTIR, RESISTIR

“À mártir Catalunha”

Nesta frágil tulipa negra me embarco

Qual nostálgica nau da minha compaixão

E, sem que tencione usar de presunção,

Sofro contigo a queda neste ignóbil charco.

Tu és, ó Catalunha, vítima da paixão

Com um limite fugaz, tradicional mas fraco,

Que te impede de ver o justo e claro marco

E te faça romper o teu sonho de libertação.

Depois de séculos e séculos a lutar

Eu temo que não possas ter outro porvir

Senão apenas, e só, o de resistir, resistir

Co´ a tua alma bem viril a palpitar.

Não esqueças teus heróis e outros qu´ hão-de vir

Que o sangue que deixaram foi a sementeira

Da qual renascerá, à luz da tua Padroeira,

Aquela geração que há-de cantar e sorrir.

Tu não és tu! Na mão do povo está a verdade

Que te trará o teu sol e a tua Liberdade!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 24/09/2017
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