Andarilho, pintor de azulejos. A vida lhe pinta o sete e ele pinta a vida nos azulejos.
Ele nunca soube o que queria
não sabia se seguia ou se voltava
do passado de sua vida não lembrava
e quando era pra chorar ele sorria.
É que cada doido tem uma mania
e ele tinha a dele e a cultivava
sendo gente, como gente sonhava.
Hoje é um fabricador de alegoria.
"Pra que lembrar vida pregressa?"
Pensar sobre o futuro não tem pressa,
se o presente lhe diz que é seu presente.
E atrás de inalcançáveis desejos
vai fazendo o que sabe nos azulejos
desenhando em cada peça sua mente.
Josérobertopalácio