DE SOL E DE MAR

Teu riso sol de praia me convida

a um banho nesse mar maravilhoso

que entornas pelos olhos, poros, vida

despida desabrocha em flor de gozo.

E num segundo, entrego-me perdido

à onda que se alastra venturosa,

me aspira para dentro em teu sentido

e colo-me em teu barco língua rosa.

Porém, passado o tempo desumano,

me solto de teu barco língua ardente

e perco a luz, imerso em tudo mar.

Por que não contentei-me ao sol praiano

e, num impulso insano, inconsequente,

doei-me às ondas, sem saber nadar?

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 24/09/2017
Reeditado em 24/09/2017
Código do texto: T6123257
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