DE SOL E DE MAR
Teu riso sol de praia me convida
a um banho nesse mar maravilhoso
que entornas pelos olhos, poros, vida
despida desabrocha em flor de gozo.
E num segundo, entrego-me perdido
à onda que se alastra venturosa,
me aspira para dentro em teu sentido
e colo-me em teu barco língua rosa.
Porém, passado o tempo desumano,
me solto de teu barco língua ardente
e perco a luz, imerso em tudo mar.
Por que não contentei-me ao sol praiano
e, num impulso insano, inconsequente,
doei-me às ondas, sem saber nadar?