Dístico choroso

Eu sou o verso que o soneto nega

sou o verbo errado, a palavra incerta,

sou o poema que não se completa

sou a Lua oculta que o amor não enxerga.

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Sou barco à deriva sem timoneiro

sou a força da emoção do amor nascido

sou o que sobrou daquele amor partido

sou o que a desdita chama companheiro

Sou também aquela mera ilusão

dos sonhos e desejos desvalidos

e vou fantasiando meus gemidos

com as dores que peguei na contramão

do tempo, perdido, fora de hora...

E por isso este dístico chora.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 23/09/2017
Reeditado em 18/05/2020
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