ENXURRADAS

De mim não queiras santidade alguma

Quando estiver pelo carmim marcado

Quando enlaçar meu sangue tua bruma

Quando o veneno for, enfim, tomado

Como é possível controlar serpentes

Ensandecidas, salivando horrores

Se dos teus lábios enxurradas quentes

Descendo, agitam animais, ardores?

À tua boca me entregando inteiro

Os olhos fecho a degustar manjares

Em confortáveis nuvens vou, faceiro

Contigo, linda, a divinais lugares

Tu me apimentas... Dominado, ofego

E me permito um voo gostoso, cego