TRISTE LUA

Vaga a Lua, desfilando insinuante,

sendo ímã aos olhares mais distantes.

Noite adentro brilha só em seu reinado,

qual princesa dos castelos encantados.

Todavia, até aos astros há limites,

em singrar o firmamento exuberante.

Quando o galo faz seu solo extravagante,

triste Lua... com a vida está quites!

Não há mais oceanos a mergulhar,

ou poetas para em versos a exaltar.

Resta o desterro em mundos tão distantes.

Cheia! A Lua se insurge delirante,

num descuido do astro rei, faz-se o eclipse.

Desprezada, apela ao breu do apocalipse!

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 23/09/2017
Reeditado em 09/10/2019
Código do texto: T6122575
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