Súplica
“Valsando como valsa uma criança (...) ela valsava só na madrugada. Se julgando amada ao som de bandolins”. (Oswaldo Montenegro)
Súplica
Quando eu perder de vez a humanidade
Ser somente uma a mais que não faz falta
Espero estar além, talvez mais alta
Distante da ladainha de um frade
Não quero reza, choro, nem saudade
Velório ou elogio que me exalta
Dispenso a luz funérea da ribalta
E manifestações de caridade
Mas, quando os meus restos forem entregue
À friagem da terra de onde vim,
Necessito de alguém que se encarregue
Do último detalhe do meu fim
É um único pedido não me negue:
Me enterre ao belo som de um bandolim!