MORMAÇO

Amor, quando me envolves num abraço,

daqueles que arrebatam, escaldantes,

em ti, maravilhosa musa, faço

dos sonhos passarinhos adejantes.

Se riscam no meu corpo leve traço

as tuas mãos sutis, arrepiantes,

despejo-me no colo do mormaço,

os poros vertem fogo, fervilhantes!

A cada beijo longo, a cada toque

o paraíso as portas escancara.

Extasiado fico... Pleno, em choque...

Distante dos carinhos sofro, aflito...

És vício irresistível que não sara!

Contigo o chão se vai porque levito...