TRISTE CORVO
Vestida como noite sem estrela
Trazendo pobre adorno, triste corvo
Chegando só, discreta, mero estorvo
Qual repugnante, tétrica surpresa
Não há ninguém que queira conhecê-la
Siquer cruzar com este olhar trevoso
Vem com cortejo triste, tenebroso
Dor espalhando, lágrima, tristeza...
Esta implacável Dama , sempre iguala
O plebeu, rico, pobre, também nobre
A todos este eterno sono embala
E como filho fosse, a Dama cobre
Entrega a terra mãe...Ela agasalha
Pobre mortalha, até que o sino dobre.
Yeyé *
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MAGNÍFICO SONETO DO AMIGO
E NOBRE POETA GILBERTO OLIVEIRA
** DITAMES DO CORVO **
Ó justa dama, nunca brinca em serviço!
A cada milênio mais negra é sua veste,
Nem liga pra lobos ou cabras da peste...
Zezim! Não espere dela bom chouriço.
Agora o corvo com esse lema nebuloso
Pássaro ao fraque, pinta de mensageiro,
Neste paço somos meros passageiros...
Onde o patíbulo nem sempre é fabuloso.
Eis minha sina, a sina de qualquer um
Quiçá, rolando na escadaria da vida...
À mercê dos sinos em alto e bom tom.
Todo mundo ao tratado da tumba lida,
Mortalha não há com marca de batom...
Na balsa-final só temos o passe da ida!
GILBERTO OLIVEIRA
Obrigada Grande Poeta, é uma honra
tua presença na minha escrivaninha
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MAGNÍFICO SONETO DO AMIGO
E NOBRE POETA RICARDO CAMACHO
***O DEUS CORVO***
Da calçada por roupa toda negra
Avisto um pássaro cantando a fome,
Pelo canto se ouvia o poeta nome
Como quem dita a ordem na noute negra!
Na escuridão daquele vil cenário,
Testemunhei um outro estranho ali,
Força ignóbil uma bandeira vi
Com tracejos do corvo visionário!
Mas no protagonismo deste caso,
Sorriu-me o corvo e o céu com seu descaso
Enviou-me chuva na noute deserta!
E foi assim que também me vi triste,
Acompanhando o corvo que me assiste
Morrer de frio e com a boca aberta!
POETA RICARDO CAMACHO
Obrigada Grande Poeta, é uma honra
tua presença na minha escrivaninha
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MAGNÍFICO SONETO DO POETA
JOTA GARCIA
***INÚTEIS ROGATIVAS***
A dama da noite, indesejada,
É muito eficiente em seu trabalho.
Treme de pavor o velho grisalho
Que já antevê a sua chegada.
Atro corvo costuma precede-la
Nas negras noites que a antecedem.
Os que a esperam rezam e pedem,
Rogam por mais tempo antes de vê-la.
Os motivos são os mais variados:
Constam até entre as muitas esquivas,
Parentes que precisam de cuidados.
Mas são inúteis suas rogativas
Porque dia e hora estão marcados
Do fim de todas criaturas vivas.
JOTA GARCIA
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MAGNÍFICO SONETO DA
POETISA ESTHER LESSA
***CONTRASTE***
Como trevosa noite ela amedronta
E nada faz pra amenizar o sofrer
De quem dela não pode se esconder
Sem piedade todo o incógnito aponta
Pelos que respiram e pensam é temida
Desde sempre pairando sua ameaça
Sobre quem sabe (ser) dela a infeliz caça
Pra achar depois senda desconhecida
É um horrendo negro corvo a espreitar
Com asas enormes e pontudo bico
Esperando apenas a hora de atacar
E, sim, da desgraça alheia se faz rico
Sem nenhum gesto,nem nada a indicar
Saídas ...Que horror!.. Só Deus!, então replico.
ESTHER LESSA
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