BEIJO ARDENTE
A lua que inspira o beijo no carnudo
Lábio adocicado traz mil lampejos;
Que, alimentados com tantos desejos,
Se enroscam num tão doce mel desnudo.
E o instrumento afiado que não míngua
Percorre a boca de amor inundada
Num fluxo atroz da saliva molhada
Alcançando o céu da boca co’a língua.
Os olhos se fecham e então se lançam
Na mais perfeita entrega das vontades
Contorcendo as formas, mas, sem aleijo.
As introduções perfeitas se plantam
Co’a troca ardente das intimidades
Na delícia envolvente que há num beijo.
(EDUARDO MARQUES, 18/09/17)