AO MEU PAI
Mauro Pereia
Sol, chuva ou frio... Não importava o tempo!
Sem esperar, do novo dia, o brilho,
Ia pras roças de feijão, de milho,
Buscar para a família o seu sustento.
Nesse ir-e-vir, seus pés sulcaram trilhos
E em sua mente um grande pensamento
—Maior até que seu entendimento—
Dava-lhe força frente aos empecilhos.
Foram-se os anos. Derrubaste matas...
Os teus cabelos hoje são de prata
E a tua mão de calos se reveste.
Quisera compensar-te meu bom pai,
Por tudo que sofreste sem um ai;
Por tudo aquilo que, sem ter, me deste.
Patos, 1965.
P/: Meu Pai