Poesia?
Poesia? Fiz e não falei nada!
Embolada de palavras, eis o verso.
Do universo eu capto o lado inverso
e atravesso desfilando a parada.
Dá em nada o dizer que eu repasso
e avanço no instante do meu nada,
e a cada tombada u'a folha rasgada
e nessa jogada, sem o Ás, eu passo.
Caço e faço a rima, traço e meço
Peço só um argumento e aí,
Deixo ir, quero letras soltas ao vento.
A clausura? Isso é coisa de convento!
Abram as folhas para o verso fugir;
O poema é libertário, é disperso.