Poesia?

Poesia? Fiz e não falei nada!

Embolada de palavras, eis o verso.

Do universo eu capto o lado inverso

e atravesso desfilando a parada.

Dá em nada o dizer que eu repasso

e avanço no instante do meu nada,

e a cada tombada u'a folha rasgada

e nessa jogada, sem o Ás, eu passo.

Caço e faço a rima, traço e meço

Peço só um argumento e aí,

Deixo ir, quero letras soltas ao vento.

A clausura? Isso é coisa de convento!

Abram as folhas para o verso fugir;

O poema é libertário, é disperso.

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 17/09/2017
Reeditado em 17/09/2017
Código do texto: T6116465
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