Insônia

É noite. A rua sáxea se eterniza.

Dorme o homem. O cachorro também dorme.

Apenas eu — fantasma multiforme —

Os exames do espírito realiza!

Além, boiava a lua sem divisa.

Estava frio e a névoa densa e enorme,

Lembrava um rosto trêmulo, disforme,

Cujo o olhar de serpente paralisa.

Pés descalços. O sangue se espalhava

Ao palmilhar da tela que eu pintava

A esmo, pelas esquinas mais sombrias...

O pecado reboava pelos cantos,

E eu gemia, rezando para os santos,

Alimentando a cruz das agonias!...

07 de Setembro de 2017.

Fabio Los Santos
Enviado por Fabio Los Santos em 16/09/2017
Reeditado em 13/04/2024
Código do texto: T6116025
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