DISTANTE...
SONETO I
Distante dos conventos, perto dos infernos
Eu vejo tanta gente a frente caminhando
Inocentemente, meu olhar eu vejo amando
Outonos... Dando-se sem folhas aos invernos...
Eu sinto longe, ventos passam sempiternos
Andando sobre tempos certos no comando
Aos chãos desceram templos, mas... Céu venerando!
Silenciando mártires em véus eternos...
Distante do nascer do sol um fim de tarde
Pra muitos, com espanto, leva o amanhecer...
A nos dizer que luz na treva bens reparte...
Eu sinto são longevos dias da criança
Andando pelas eras a se conhecer
Ao sol, humanidade em translações avança...
SONETO II
Distante!... Vão-se outonos delas, primaveras,
Enamorados d'esperanças mais amenas
Conhecem-se somente às condições extremas
Das folhas mortas, dos perfumes pelas eras...
Eu sinto aromas findos nas atmosferas
Dos paraísos enflorados de alfazemas
Em substratos donde brotam os poemas
De Ti... Em pedra sobre pedra regeneras...
Distante Tu estudas desaparecidos
E tudo e todos entre os seres não vividos
Na taça geológica do que foi, será...
Eu sinto ser futuro afecção d'história
Pois, a história vem escrita na memória
Da nossa civilização que passará...
Autor: André Luiz Pinheiro
12/09/2017