MAR DE DOR

Voltei àquela praia, onde um dia,

Eu te encontrei a repousar na areia

E, enquanto a saudade me envolvia,

Senti que o mar também por ti campeia...

Então, afoito, as ondas ele cria,

Tentando te enredar como sereia...

Embravecido, a praia ele desfia,

E a soluçar de dor, também pranteia...

Depois, vai recuando pouco a pouco,

Arfante desse frenesi tão louco,

A se aninhar num leito mais profundo.

Assim, sem ti, também é minha vida;

Essa maré constante... Tão sofrida...

Do grande mar de dor em que me afundo...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 15/09/2017
Reeditado em 15/09/2017
Código do texto: T6114824
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