MAR DE DOR
Voltei àquela praia, onde um dia,
Eu te encontrei a repousar na areia
E, enquanto a saudade me envolvia,
Senti que o mar também por ti campeia...
Então, afoito, as ondas ele cria,
Tentando te enredar como sereia...
Embravecido, a praia ele desfia,
E a soluçar de dor, também pranteia...
Depois, vai recuando pouco a pouco,
Arfante desse frenesi tão louco,
A se aninhar num leito mais profundo.
Assim, sem ti, também é minha vida;
Essa maré constante... Tão sofrida...
Do grande mar de dor em que me afundo...