Pagão

Batizado no ardor da chama acesa,

Acendi minhas velas carpideiras.

Fui chorar os meus leitos, cabeceiras,

E os meandros num rio de incertezas.

Sem um nome ou valor que possa ser,

Abandono as mazelas de meus trapos.

Entupindo o meu peito estão os sapos

Que engoli no vazio do dever.

Diferente da dor deste meu sonho,

Deixo portas, janelas, tudo aberto,

Para entrar o que aceito como certo

E enfim rezar o cio que proponho.

Pois falar desta cor já é passado,

Que tingido nas celas morre o fado.