SONETO DAS ALTURAS
(Inspirado em Lêdo Ivo)
Bem perto do céu, longe das mãos
a poesia afoga sombria
no descontente coração
não deságua no mar,nem no rio.
A vida suspensa no fio das alturas
tudo muda, parece ardente e frio.
Fogem as esperanças maduras,
morrem os desejos, os ventos em cio.
O corpo, a terra nada mais querem
a amplidão deseja tudo
ultrapassar a luz do entendimento.
Mesmo que nada mais atinja
acalma alma, ultrapasse o corpo mudo
ao universo pede a paz, não ao fundo oceano.
17/08/08