VENTANIAS

Num proceloso mar navego solitário

Não têm sabor algum e longos são meus dias

Bafejam gelidez as bravas ventanias

Rasgando o coração, esse vazio sacrário

Vultosas aflições em árduo itinerário

Entranham-se a sugar as parcas energias

Cortinas de terror me cercam quão sombrias

Funesta emanação do lacrimal sudário

Apelos de pesar desesperadamente

Ecoam, embebendo um incompleto leito

É chuva que não cessa, é servidão doente...

Veredas abismais com ilusões enfeito

Tentando aliviar o que me dói, latente

Flagelos, desamor e tudo mais aceito