RUÍNAS

Mauro Pereira


Meus trastes juntei... E sentei-me ali,
Fingindo ler o meu jornal antigo,
Que logo à noite será o meu abrigo;
E o breu cobriu a luz e eu nem senti.

Num banco de praça e só, adormeci.
Alheio à chuva, ao vento e ao perigo.
Enrodilhado como um cão mendigo.
Meu ultimo pensar foi para ti.

Revi as lágrimas... os olhos, vermelhos...
Lábios tremendo a me dizer conselhos...
Senti a tua mão sobre meu ombro,

Puxando a minha face para si.
Venha! Vamos sair desses escombros!—;
Abri os olhos... busquei-te... Eu te perdi!
     

                            Brasília, 09/09/2017


A vida

 

 

 

MAURO PEREIRA
Enviado por MAURO PEREIRA em 09/09/2017
Reeditado em 22/08/2022
Código do texto: T6109462
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