Meu Último Soneto

Marco a hora da despedida, do adeus

devora-me mortal desgosto

calar a alma que sempre escreveu

nesta surda agonia de agosto.

A noite já encobre meu rosto

o corpo exausto esmorece

no leito macio o verbo encosta

quando o poeta dos sonhos padece.

Parto com doída saudade

deixando a vida por fatalidade

quem sabe, algo vivo na eternidade.

Meu último soneto ,minha lápide

onde o sono descansa em paz

e a poesia sempre na mocidade.

17/08/08

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 17/08/2007
Código do texto: T610854