Soneto de despedida

Um sonho cala,

Tudo se esfria.

Agora habita na fala,

A poeira do que se vivia.

O silêncio que metralha,

Arrebata meu lembrar.

Ouço um grito que falha

Aos meus ouvidos tocar.

É o medo combinado a solidão,

Que me injeta a dor da saudade,

Que tira do prazer a excitação,

Restando-me apenas vaidade.

Medo que me faz rouquidão,

Sob o choro sem maldade.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 08/09/2017
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