MEA CULPA...

Até hoje te acuso por minhas perdas...

Por danoso espinho ao arranhar a seda...

Por vinagre lançado no pergaminho...

O escorrer no caule o fim da seiva.

Nos pontos finais das minhas resmas...

Por mãos negadas em frente a cerca...

Por olhos cegos por teus carinhos...

Pingando rios em minha boca seca.

Por trêmulas frases em desalinho...

Por suor agonizante no colarinho...

Afrontando o dedo que nele rodeia.

Por marcas profundas no descaminho...

Por um ente que ficou sozinho...

Amando-te, fingindo que te odeia.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 08/09/2017
Código do texto: T6108301
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