Soneto 8 de Setembro, ou aos omissos
Se me calo e não falo o que sinto
Como fica o poeta e a poesia?
Se vivemos numa democracia
Isso é hipocrisia, ou eu minto?
Eu sei bem dominar o meu instinto
E viver minha dor e alegria
Já vai tarde a alienação fria
Eu não temo, beco nem labirinto
Se não posso externar meu pensamento
Não seria poeta, mas jumento!
Nesse mundo fingido hodierno
Vamos pois usar de sinceridade
E concedam a devida liberdade
A esse adepto do “Boca do Inferno”.