Ela vem...

Sutil, persuasiva ou agressiva,

Ela vem pelas grades do portão.

Circunda a roseira num turbilhão;

Levanta meu vestido, subversiva.

Atira para longe o meu chapéu,

Joga meus neurônios no vendaval,

Escava as memórias do meu quintal,

Transforma meu silêncio em escarcéu.

Perfila-se, calma. A um gesto meu,

Põe-se a murmurar e a contar nos dedos:

Pouco a pouco, desvela o que era breu.

De lembranças, ela elabora o enredo.

Poesia! Brincando de ser eu,

Desvela nigredo, albedo e rubedo.

(Verônica Marzullo de Brito - 07/09/2017)

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Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 07/09/2017
Reeditado em 08/09/2017
Código do texto: T6107754
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