Escuridão

Um estampido de um clarão escuro, cego, torto;
esfacelou uma blindagem linda, esboço rijo,
vertical de beleza, que, frágil, aborto
reprovável;  dor. Triste esconderijo.
 
A luz outrora vicejante apagou. Morto
de esperança, interrompeu um percurso, corrijo
incompreensível do existir são. Natimorto,
lutou em vão, disse ao mundo: estou vivo! Eu dirijo.
 
Uma mensagem dolorosa, amarga, misteriosa;
cobriu  toscamente a imensidão de aspirações
de certezas: frágeis, tímidas; enganosa.
 
Uma dor imensurável; a luz irradiante
de um som indesejável de conotações
críveis decretou a morte de uma vida pujante.



Nota do autor: há alguns dias não escrevia, hoje neste 7 de setembro, compus um soneto triste, "ESCURIDÃO" tem um mote ancorado no Brasil de hoje, que teria que ser verde amarelo, porém, está escuro de: descrença nas instituições; no cotidiano incerto para brasileiros e brasileiras; enfim, de uma falta de seriedade mínima nas coisas que deveriam ser simples. O Brasil está escuro de falta de moralidade, de virtudes construtoras do bem, está escuro de quase tudo. Melancólico, no seu dia da independência, o Brasil convergir todas as cores do horizonte numa única, o preto.