A Preguiça
Ouvi um toc-toc em minha porta,
Uma batida frouxa e submissa,
Com uma voz fininha, quase morta:
“_ Sou eu. Deixa eu entrar. Sou a preguiça!”
Uma figura feia, toda torta;
Desarrumada, triste, quebradiça...
Foi logo me dizendo: “_Quem se importa
Por eu não ter capricho e nem cobiça?”
...Mas, eu a enxotei, mandei-lhe as favas.
Com atitude e com repugnância,
Uma visita assim não quero em casa!
Dessa infeliz quero manter distância,
Pois, sei que ela carrega quatro escravas:
Pobreza, tédio, vício e ignorância.