RECOLHIMENTO (Soneto)
Hoje sou aquela… a que sepulta
Palmas, louvores, risos, ironias
Quero santos ofícios, elegias
Abrir a sacra catedral oculta
Quero sinos tocando a rebate
Eco de meus lamuriosos ais
Quero beber as mágoas dos mortais
Alimentar a dor que em mim se abate
Ser surda a qualquer hino de alegria
Ajoelhar em réquiem de finados
Dar campa aos meus amantes desamados
Carpir a vida breve e fugidia
Pôr luto pela morta felicidade
E recolher-me em ti… nesta saudade