SONETO DO AMOR INFINITO
Antes que a efêmera vida dê seu último suspiro,
antes que os amantes cantem cheios de desejo,
mesmo que o sol brilhe em um derradeiro lampejo
declaro-te infinito como o ar que eu respiro.
E nesta cama onde dormes o sono dos justos
despreocupadamente, como quem sabe protegida,
velo-te o sono profundo e velo-te a vida
meu diamante mais que perfeito e de alto custo.
Amo-te como jamais creio que amaria
nem a fortuna, o conforto ou a família,
nem mesmo a mim e nem a tudo o que é meu.
Amo-te, como um cego ama a luz do dia
como um enfermo à coberta que o aquecia
como uma mãe ao filho que a esqueceu.