Filhos de Caim
Alquimista supremo, tu gozaste
Do homem ao criá-lo tão diverso
Na pele, forma, sexo e intelecto,
E uma existência harmônica minaste.
O retinto, frente ao alvo, lastima
A repulsa que causa, a inveja que sente,
O contraste da pele, o beiço evidente,
As grosseiras ventas, a escrava sina.
Vês o espetáculo e te divertes!
Noto do teu vil sorriso o esboço
Quando o preto é marcado no pescoço...
Se eras capaz de evitar... Não o fizeste?
Provaste, não obstante, ser de si o oposto.
Não és bom, nem justo. És impiedoso!
Fortaleza, 04/09/17
Faculdade de Direito, UFC