SONETO SENDO PAI E FILHO

Vejo-te de manhã bem na calada.
E digo que trarei tantos presentes
pois olhando no espelho tu me sentes,
mesmo eu há tanto tempo pela estrada.

Em mim estás com olhos tão luzentes,
Na espera que te abrace em escalada,
Moras em mim qual foto lá gravada
e um sentir de mesmo eu, os dois carentes.

Porque meios de ver não há quaisquer
entre iguais sorrisos, que distantes,
apenas são memórias do viver.

Numa mesma pessoa, caminhantes,
pai e filho lutam dentro deste ser,
no escuro acham a luz e os diamantes.