SONETO PARA NOÊMIA
Eu te vejo
Caminhando pela noite
E o eco dos teus passos
Me soa como açoite
Nas vielas onde havia o azul
O sonho dorme na memória
O escuro esconde as rugas
Na paisagem,a mesma história
Um delírio,um labirinto, uma cicatriz
Nem santa,nem deusa, nem atriz
Apenas sabe que tem sobrevivido
Às intermináveis noites de labuta
Onde a vontade é prosseguir na luta
E dar sentido à tanta falta de sentido