QUIMERAS

Mauro Pereira


Surgiste como surge o vendaval.
Um vento brando que depois se agita,
E verga troncos e o mar estica...
Que arrasta tudo com o seu caudal.

A brisa: o sorriso angelical.
A fúria: o teu corpo. E os alamares
Premindo a roupa sobre mil lugares,
Tormenta de desejos. vendaVal!

Quedei-me no caminho, na esperança
Que o ímpeto sensual dos teus encantos,
Fizesse-me de novo ser criança.

Chegaste e foste. Nem sequer notaste
Um ser exangue a te rogar, em prantos,
Que o beijo do teu corpo lhe roçasse.

Manaus, 27/09/1995

P/ Val (Valdirene)


MAURO PEREIRA
Enviado por MAURO PEREIRA em 02/09/2017
Reeditado em 14/08/2022
Código do texto: T6101991
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