DESPEDIDA
Peguei sua mão, deus, como era leve!
A levei ao lado íngreme da margem.
Beijei seus olhos, tal como se deve,
Duas moedas pra sua viagem.
O barqueiro tomou seu corpo breve,
Para a jornada da última paragem.
Nessas imagens que o destino escreve,
Via em meus olhos, quase uma miragem.
Dedos busquei nas órbitas meter,
Sacando os globos para poder ver,
Atirei na água, enquanto fenecia
Minha esperança que um dia existiu.
E seu barco ao fazer a travessia
Triste ali fiquei, o meu olhar seguiu.