BELEZAS AO MORRER
(Dodecassílabo - 6ª, 12ª)
(Rimas embaralhadas)
BELEZAS AO MORRER
Morrer... Na primavera, ornada em frescas flores,
Num fim de tarde, em chama ardente, à luz da noite,
Do pôr do sol, às mais estrelas radiantes,
Com o ataúde em mogno, entalhado em pura arte...
Entre risadas, livre de qualquer açoite,
Enquanto o vento, em brisa, lembra os amores,
E a negritude, pulsa um coração enfarte,
Na despedida fria, dos beijos amantes.
Morrer... Co'a placidez da lua alumiando,
A face moribunda, a disfarçar com risos,
As lágrimas retidas, desse triste adeus...
Enfim, Viver no além, lembrando os sonhos meus,
E do mais puro amor, meu peito consagrando,
Até que um dia, a vida e o amor, em (nós) concisos.
xxxxx
Belíssima interação do exímio poeta ANDRÉ LUIZ
PINHEIRO. Grata!
Eu quero uma primavera feita
De flores luminosas estelares
A mim e a tantos outros como lares
Após a vida em morte ser desfeita...
Eu quero minha morte seja eleita
Por uma vida livre, sem pesares
Mas qual em ondas espetaculares
A morte é embalada sem receita...
Assim, na estação que ela venha
Que chegará sem nos mostrar a senha
Que todos estejamos preparados...
E nesta minha vida que me leve
Eu leve a vida como a luz na treva
Iluminando os seus desamparados...
xxxxx
Belíssima interação do exímio poeta TROVADOR
DAS ALTEROSAS. Grata!
MORRER NADA!
Eu por enquanto quero morrer não
Antes quero ver de Cocal o espaço,
Pra na poetisa do meu coração,
Dar um apertado e gostoso abraço.
Eu vou cantar uma canção para ela
Dedilhando na viola os meus ais,
Abraçadinho e bem juntinho dela
Lhe falar das minhas Mina Gerais.
Isto sim seria para meu encanto
Mostrar pra Aila o meu acalanto...
Mas porque então não devo dizer?
Antes de partir fazer outro tanto
Abraçar todos poetas do Recanto,
Pra retardar este tal de morrer.