Eu Temo...
Mauro Pereira
... Que quando tu partires, também partam os elos
Que te fizeram ser o foco convergente
De reuniões, de amigos, filhos e parentes...
Razão de tua vida, sonhos e anelos.
... Que, da vigília nossa, em meio aos desmazelos,
Passem as sutilezas d’alma, indiferentes.
Gerando a dissensão que amarrota as mentes
E, dos pilares da união, o desmantelo.
... Que não sejamos nós, meu pai, fortes bastante
Para surdos sermos à ofensa difamante...
Cautos ou mudos sermos ao dizer verdades.
Assim, se permitido for, no eterno lar,
À nossa mãe se junte e, nesse novo altar,
Peçam, de luz, por nós, um facho, às divindades.
Patos, 02/05/2000.