Reencarnação

Mauro Pereira

Foi numa casa na ladeira, após um mato,
—Que hoje, dele, apenas tem ralo capão—
Com bom quintal, ladeira abaixo, até um regato;
Um fio d’água, hoje, a se esconder no chão.

Foi nessa casa de tabique, em tosco quarto,
Que se encheu de ar meu peito e meu pulmão,
Fazendo jus às dores de minha mãe no parto,
Saudou num choro, em grito, ao meu torrão.

Em meio a tal pobreza e a tanta alacridade,
Num sábado de maio às três da madrugada,
Dona “Polina”, à casa, às pressas foi chamada.

E à luz da lamparina, no quarto enfumaçado,
O riso de minha mãe com seu rebento ao lado.
Que a mão de Deus, de novo, deu à claridade.

 

Patos, Ago/2002.


Meu nascimento

MAURO PEREIRA
Enviado por MAURO PEREIRA em 30/08/2017
Reeditado em 05/03/2024
Código do texto: T6099074
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